30 de mai. de 2012

Entrevista com Sandra Annenberg

As manhãs de Sandra Annenberg são cronometradas. Enquanto deixa a filha Elisa, de 8 anos, na escola, a jornalista já acompanha as primeiras notícias pela TV do seu carro. A apresentadora e editora-executiva do "Jornal Hoje" costuma chegar à redação da TV Globo, em São Paulo, às 7h30, já conectada à internet, "ligada nos 220 volts", como diz.

Depois de apresentar a primeira edição do boletim "Globo notícia", exibida dentro de "Bem-estar", por volta das 10h30, ela volta toda a sua atenção para o "JH", no ar às 13h20. Uma rotina corrida que agora terá novas atribuições. Sandra assume o comando do "Globo cidadania", no lugar de Serginho Groisman, a partir do sábado, às 6h45.

"O dia a dia da notícia é pesado e, mesmo o ´JH´ tendo respiros, nós passamos notícias tristes. Aceitei o convite para o ´Globo cidadania´ porque é uma delícia apresentar um programa só com notícias boas", acredita Sandra.

Interessada há tempos em participar de um programa sobre educação, a jornalista conta que outra motivação para acumular este novo trabalho foi o fato de a atração tratar de temas "que possam tornar o planeta mais habitável". "Eu sou extremamente chata com todas as normas do bem viver. Acredito que só um comportamento correto, elegante, nos ajuda a viver em sociedade", propaga.

Que deselegante!
A escolha do adjetivo elegante é proposital. Em outubro do ano passado, ao ver uma repórter ser agredida durante um link ao vivo do "JH", Sandra manifestou a sua indignação soltando um "que deselegante" no ar. O vídeo virou hit na web. E a jornalista, involuntariamente, acabou cunhando um bordão já repetido outras vezes por ela.

"Eu não senti ninguém indignado com aquilo. Caramba! A menina levou um tombo e as pessoas não discutiram muito a violência do ato. Quando falei aquilo é óbvio que vieram outras coisas impublicáveis à minha cabeça. Aquela foi a forma elegante que encontrei de me expressar. Depois, resolvi brincar e fazer piada com a minha própria reação", diz ela, bem-humorada.

Titular do "JH" no fim da década de 1990, a jornalista, de 43 anos, voltou ao comando do telejornal em 2003, depois de uma temporada em Londres. Nos últimos anos, passou a dividir a bancada com Evaristo Costa.

Atriz e apresentadora
A história de Sandra com a TV começou aos 6 anos, em um teleteatro da TV Cultura. Aos 14, tornou-se repórter do programa "Crig-Rá", dirigido por Fernando Meirelles, também na Cultura. Ainda na adolescência, comandou atrações na Bandeirante e na Record.

Em 1985, atuou com Ronald Golias no sitcom "Bronco", na Band. Foi na emissora que ela fez ainda a minissérie "Chapadão do bugre" (1988), antes de integrar o elenco do seriado "Tarcísio & Glória", no mesmo ano, na Globo. Sandra esteve em novelas como "Pacto de sangue" (1989) e na minissérie "A. E. I. O... Urca" (1990).

Jornalismo
A guinada na carreira aconteceu aos 21 anos, quando ela estreou como moça do tempo de um telejornal local de São Paulo para, logo depois, ganhar o mesmo posto no "Jornal Nacional". De lá para cá, formou-se em Jornalismo e apresentou do "Fantástico" ao próprio "JN", passando pelo "Jornal da Globo".

"Passei por todos os telejornais da casa e segui um caminho como editora-executiva. Posso atuar apenas nos bastidores no futuro. Eu não sei se estarei no vídeo daqui a dez anos. Preciso ter outros instrumentos", diz.

Há 18 anos casado com Sandra, o jornalista Ernesto Paglia a conheceu na Globo. "Foi meio que amor à primeira vista", confessa Paglia. Enquanto ela passou a carregar o marido para assistir a espetáculos de dança e teatrais, ele a aproximou do seu universo. "Ernesto me levou para o fundo do mar, e eu me tornei mergulhadora".

O casal viaja uma vez por ano para praticar o hobby. Os dois voltaram à ilha de Fernando de Noronha em janeiro, mas já mergulharam também no Mar Vermelho, no Taiti e na Ilha de Páscoa. Isso que é um casal aventura!

Zean Bravo - Agência o Globo


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